Nós éramos complicados
de uma forma que só nós mesmos nos entendíamos. Você conhece todas as
minhas manias, os meus gostos, as minhas insatisfações, o jeito que eu
tenho de andar. Você foi o amor da minha vida, e olha onde viemos parar.
A culpa fora de ambos, nós só nos preocupávamos um com o outro e só
pensávamos em preencher nosso presente, nunca construímos nada para nos
mantermos juntos no futuro. No amor os dois têm de estar olhando na
mesma direção, com o mesmo objetivo, e não um olhando pra cara do outro.
Uma relação precisa mais do que amor, só amor não basta. O que eu quero
dizer é que nos faltou paixão — isso mesmo, diferente do amor. Sabe
aquele desejo, aquela saudade que só a paixão pode proporcionar? Então,
faltou isso. Faltou outras coisas também, como a saudade. Era muito
grude, até mesmo prum casal, não é mesmo? O pior vai ser deixar tudo
isso de lado. Como eu já disse, você me conhece por inteira, e à essa
altura eu não sei mais se vou conseguir deixar alguém me conhecer tão
bem. Digo isso porque, ontem à noite, eu saí com as minhas amigas —
aquelas que você nunca aprovou —, e todo cara que eu via, que me
tocava, eu sentia repulsa. Sentia que faltava você ali perto, sentia que
eu não deveria estar lá. O que adiantava eu estar lá, de corpo
presente, mas com meus pensamentos em você? Acha isso justo? Acha justo
ficar tanto tempo na minha mente sendo que eu não devo ocupar nem quinze
segundos dos seus pesamentos? Quer saber, isso já foi longe demais. Vai
ser melhor assim, afastados, todo aquele apego já estava nos fazendo
mal. O único problema agora vai ser me acostumar com a tua ausência, mas
eu supero. Mas antes de eu partir, quero que tu tenhas certeza que foi
tudo verdade, cada jura, cada palavra. O que tínhamos era um ótimo amor,
mas não era o amor certo. Temos muito ainda o que amadurecer. Por isso
não tenho vergonha de dizer que eu te amo, e sinto que sempre o amarei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário